A Jornada da Budweiser na Promoção da Diversidade LGBT+
- Elberth de Oliveira Bertoli
- 3 de mar. de 2024
- 2 min de leitura

Fundada em 1876 por Adolphus Busch e Carl Conrad, a Budweiser rapidamente se tornou a cerveja mais vendidas nos Estados Unidos. No entanto, seu caminho para se tornar uma aliada da comunidade LGBT+ teve seus altos e baixos, tendo um de seus maiores desafios mercadológicos em 2023, quando realizou uma colaboração junto à influenciadora transgênero do TikTok, Dylan Mulvaney. Essa união desencadeou uma série de eventos que abalaram a empresa, levando a uma queda nas vendas e a demissões de gerentes. No entanto, para muitos observadores, isso foi apenas mais um capítulo na longa história da Budweiser e sua relação com a comunidade LGBT+.

Dizer que eles sempre foram aliados da causa, não é verdade. Inclusive, no início dos anos 90, a indústria cervejeira começou a explorar temas LGBT+ em sua publicidade, na maioria das vezes de maneiras negativas. A Budweiser não foi exceção, usando trocadilhos sugestivos em suas campanhas. No entanto, à medida que a comunidade LGBT+ buscava mensagens mais solidárias, a Budweiser começou a mudar sua abordagem. Ela começou a entender que havia um público consumidor de grande relevância. Por isso, desde 1995, a Budweiser se comprometeu a doar parte das vendas de seu produto Bud Light para apoiar organizações relacionadas com a AIDS, isso tudo por meio de anúncios impressos. A empresa também destacou a importância da diversidade em sua publicidade, lançando campanhas como "Be Yourself" e "Os rótulos pertencem à cerveja, não às pessoas".

Além disso, desde 1998, a Budweiser estabeleceu uma parceria com a GLAAD, uma organização não-governamental estadunidense cujo foco é a monitoramento da maneira como a mídia retrata as pessoas LGBT, demonstrando seu compromisso contínuo com a comunidade LGBT+. Em eventos como o Word Pride, a empresa lançou edições limitadas de garrafas e fez doações para organizações LGBT+. Um dos marcos mais notáveis foi o comercial de 2016 durante o Super Bowl, que apresentava um casal gay se casando. A mensagem de inclusão continuou em 2020, quando a Budweiser fez uma doação para a Rainbow Railroad e a Canadian Black Chamber of Commerce.
Na América do Sul, inovando no mercado publicitário, que àquela época era completamente voltado para um público masculino e machista, rompeu padrões de comercial de cerveja e exibiu um beijo gay no horário nobre da televisão brasileira. Com o slogan "Não é sobre certo ou errado. É sobre fazer do seu jeito", a campanha batizada de #DeixeQueDigam pretendia provocar o consumidor a viver sem se preocupar com julgamentos. O comercial foi veiculado para todo o Brasil durante o intervalo do Jornal Nacional.

Embora a Budweiser tenha enfrentado desafios, como o incidente envolvendo Dylan Mulvaney, sua história de apoio à comunidade LGBT+ mostra um compromisso duradouro com a diversidade e a inclusão. No final das contas, seu esforço em "Marketing the Rainbow" rendeu à empresa uma nota positiva de 8. Além disso, o ambiente empresarial nacional está testemunhando um movimento significativo em direção à inclusão. Empresas nacionais estão "saindo do armário", reconhecendo e apoiando abertamente a comunidade LGBT+. Este é um momento para comemorar, à medida que mais empresas se juntam ao movimento de diversidade e inclusão.
Obs: as fontes estão contidas nos hiperlinks.
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